Nos últimos dias, o que tem chamado a atenção de integrantes do Grupo de Trabalho de Gestão de Crise Hídrica é a qualidade da água que está sendo defluída pelo descarregador de fundo da represa. A coloração escura e o mau cheiro perto da barragem, além do excesso de ferro e manganês na água foram pauta da última reunião, nesta segunda-feira (27).
O descarregador de fundo é um dispositivo utilizado pela CBA durante o período de excesso de chuvas, para controlar a vazão da represa. A válvula chegou a ter 6 m3s, reduzindo para 2 m3s à medida que os índices pluviométricos foram baixando. Este dispositivo, segundo integrantes do GT, não foi utilizado nos últimos 33 anos, mais um motivo de seu uso em excesso ter sido questionado.
Todos reconheceram a importância do descarregador para que a represa não corresse nenhum risco, na situação. Porém, a continuidade de sua utilização mesmo depois da redução e previsão de poucas chuvas em abril levantou questionamentos por parte do grupo.
“Não tem afluência para colocar em risco a barragem, não tem mais justificativa de manter aberto, tem que fechar”, defendeu Viviane Rodrigues de Oliveira, diretora Executiva da SOS Itupararanga, que integra o GT de Crise Hídrica. Sua fala veio na sequência da apresentação do SAAE de Sorocaba revelando preocupação com a situação. “Sei da importância da medida, mas nós já estamos pagando uma conta alta”, comentou Reginaldo Schiavi, do SAAE, que constatou nos últimos dias a piora da qualidade da água e altos teores de ferro e manganês na água.
O coordenador do GT de Crise Hídrica, professor André Cordeiro, em acordo com os integrantes do grupo, propôs o fechamento imediato do descarregador de fundo. A CBA, entretanto, propôs que o dispositivo funcionasse por mais uma semana, para que avaliações mais consistentes pudessem ser feitas, o que foi refutado pelos demais, já que os níveis da represa podem baixar depressa, diante de um período de seca que se aproxima.
O nível atual da Represa é de 822,48 metros, com vazão defluente de 22 metros cúbicos por segundo, sendo 2 metros cúbicos por segundo pelo descarregador de fundo. A proposta do grupo consiste em manter a regra operativa proposta pela CBA, mas fazer uma reavaliação nos próximos dias, para que se avaliem aspectos como as médias de vazões afluentes e o uso do descarregador de fundo na construção desta ferramenta de operação da barragem.
Segundo a Companhia, ao longo desta semana, a vazão será reduzida valores abaixo dos 20 metros por segundo.
Do outro lado da represa de frente para o condomínio porto de ibiuna existe 2 chacaras que cercaram seus lotes até a aqua da represa impedindo que pessoas transitem na margem. Tá errado?