Sempre um grande parceiro, o Prof. André Cordeiro, da UFSCar/Sorocaba participou de mais uma reunião anual da ONG. No último sábado (23), o coordenador do Grupo de Crise Hídrica contou um pouco sobre o trabalho deste grupo e do projeto de estudos que está realizando com a SOS Itupararanga.
André ressaltou que na última crise hídrica que ocorreu em 2021, Itupararanga corria o risco de chegar ao seu volume morto, e que o GT teve um papel importante naquele momento para controlar um pouco melhor a saída de água do reservatório. Lembrou que em 2023, a CBA popôs uma regra operativa, ferramenta que estabelece uma relação entre o nível da represa e as vazões de entrada e de saída de água. Apesar de ainda estar sendo testada, a regra vem contribuindo para a manutenção da cota do reservatório próxima a 820m, e evita que seu nível seja reduzido abaixo da cota 817,50m, o que comprometeria o abastecimento das cidades e dos condomínios que estão acima da barragem.
Ainda sobre a regra operativa, comentou que a expectativa é que a SP-Águas (agência recém criada pelo governo do estado para substituir o DAEE) emita a outorga do reservatório antes do leilão que será realizado pelo Ministério de Minas e Energia. Isso porque, caso a próxima empresa concessionária tenha interesse em utilizar Itupararanga para gerar energia para vender no mercado elétrico, esta seria a garantia de que a operação deverá obedecer às vazões definidas pela regra. Esta situação é muito diferente do que acontece atualmente, já que a energia produzida pela CBA é de uso exclusivo para a fábrica de alumínio, e que este ano, segundo a empresa, em função das vazões definidas pela regra operativa, foi predominante o uso de apenas uma da quatro turbinas da usina hidrelétrica.
De acordo com o Prof. André, a regra operativa também contribui para regular as vazões de saída de água para evitar as enchentes em Sorocaba, e que a lei de segurança de barragens tem influência direta no estabelecimento do nível máximo da represa atualmente, que não pode ultrapassar os arcos da barragem de Itupararanga.
O complexo de Itupararanga também está sob o processo de licenciamento ambiental na CETESB, que deverá levar em consideração as 18 recomendações elencadas pelo Conselho Gestor da Área de Proteção Ambiental (APA) de Itupararanga.
Atualizando o andamento do projeto de estudos que a UFSCar está realizando em parceira com a ONG, mais de 200 documentos, entre relatórios, registros fotográficos, teses, dissertações, pesquisas e outras publicações já foram reunidos e catalogados pelo grupo de alunos da universidade, sob a coordenação do Prof. André. Todo este material vai compor um banco de dados sobre o reservatório de Itupararanga.